Plano de Proteção do Rio Tâmega arranca com intervenção da Ínsua dos Frades
A Câmara Municipal de Amarante, no âmbito do Plano de Proteção do Rio Tâmega, iniciou os trabalhos de limpeza e tratamento da Ínsua dos Frades. Trata-se de um projeto que visa devolver o Rio aos amarantinos, começando desde logo por uma das suas joias maiores e mais centrais.
A primeira etapa passa pela instalação de um passadiço flutuante, permitindo a ligação entre as margens e a Ínsua. Dado o estado de degradação daquele local irá proceder-se à limpeza e erradicação de espécies vegetais exóticas e invasoras, sendo o passadiço essencial para o acesso e execução dos trabalhos. Verificar-se-á ainda, a movimentação e colocação de inertes para uma execução eficaz da intervenção, que serão removidos logo após a colocação do passadiço, dando lugar à livre circulação das águas.
O passadiço tem como objetivo aumentar a utilização do Rio, da Ínsua e permitir a passagem entre as margens. Nesse sentido, prevê-se a sua utilização entre os meses de maio e setembro de cada ano, salvo condições climatéricas adversas.
Na segunda fase desta intervenção, as operações de preservação e limpeza, irão contemplar cortes seletivos de vegetação com podas, contenção de espécies vegetais exóticas e invasoras. Serão ainda, realizadas atividades de acompanhamento e formação da equipa técnica de intervenção e de fiscalização.
Os trabalhos estão a ser desenvolvidos por pessoal técnico qualificado, com formação específica e resulta de um projeto multidisciplinar. Tendo por base indicadores ecológicos, económicos e sociais, todas as atividades serão acompanhadas, monitorizadas e avaliadas, de forma a garantir o sucesso.
A intervenção está a ser supervisionada pelo especialista Pedro Teiga, para garantir o rigoroso cumprimento da Diretiva Quadro da Água e Lei da Água, e para implementar os objetivos de melhoria do funcionamento hidráulico, ecológico e social, no sentido de melhorar e contribuir para restabelecer as funções ecossistémicas do corredor ecológico, promovendo o envolvimento da população local.
O Município de Amarante pretende incluir no Plano de Proteção do Rio Tâmega, uma metodologia geral de reabilitação de rios e ribeiras, padronizada, a fim de minimizar lacunas de recolha de dados, de estruturação, de organização e de decisões intermédias fundamentais. Esta metodologia também possibilitará elaborar bases de dados padronizadas para a investigação, para a comparação de resultados, replicar modos de atuação e análises de resoluções de problemas comuns.
Tendo por base a premissa de que rios de boa qualidade permitem criar valor, aumentar os benefícios para a população e concretizar a sustentabilidade local, o executivo municipal começa assim a concretizar um dos seus maiores objetivos políticos, assessorado por um dos maiores especialistas nacionais.
Para Pedro Teiga, “A reabilitação pretende realizar a reposição das condições do ecossistema preexistente de uma forma sustentada e integrada, na situação de boa qualidade ambiental outrora existente e de acordo com os conhecimentos técnico?científicos e valores culturais atuais, seguindo sempre os princípios da reabilitação” (Teiga, 2011).
Pedro Teiga é Doutor em Engenharia do Ambiente pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). É o Fundador e Diretor Executivo da empresa Engenho e Rio Unipessoal Lda. É Vice-presidente da Centro Ibérico de Restauro Fluvial (CIREF) e Especialista em Reabilitação de Rios e Ribeiras, consultor, projetista e Investigador da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. É Professor na Pós-Graduação Internacional em Empreendedorismo Social, no Instituto Politécnico Porto (IPP) e Professor na Pós-Graduação Internacional em “River restoration and ecosystem services” do Departamento de Biologia da Universidade do Minho.
Coordenou o Projeto Rios em Portugal, de 2006 a 2013. Realizou mais de 450 palestras no âmbito da reabilitação de rios e ribeiras e participação pública. Recebeu o Prémio “Dragona Iberia 2010” – “Por su dedicación y esfuerzo en impulsar el Proyecto Rios en Portugal” Atribuído pela Fundação Nova Cultura da Água.