Turismo em Amarante: um ano depois da apresentação do Plano Estratégico e de Marketing Turístico
Que o Município de Amarante é um território com um elevado potencial turístico é, desde há muito, um facto unanimemente reconhecido. Para materializar esse potencial e transformá-lo em valor, desencadeando atração pelo destino, impunha-se conhecer e caraterizar o “produto Amarante”, definir ações promocionais e acertar a oferta com a procura. E foi nesse sentido que o Município decidiu a implementação de um estudo global para a área, do qual viria a resultar o “Plano Estratégico e de Marketing para o Turismo de Amarante” (PEMTA), apresentado publicamente em maio de 2018, há precisamente um ano.
Concebido para um horizonte temporal de cinco anos, a construção do documento decorreu em três fases (planeamento, diagnóstico e apresentação de propostas), tendo evidenciado os elementos diferenciadores da oferta turística de Amarante (Cultura, Personalidades Históricas, Património Arquitetónico, Natureza, Localização Geográfica e Acessibilidades Externas) e construído o respetivo posicionamento, que define Amarante como “O destino a não perder no Norte de Portugal”, sendo “terra de Amadeo de Souza-Cardoso e de S. Gonçalo, situada entre o Porto e o Douro, cidade Criativa da UNESCO, onde a Cultura se funde com a Natureza e se vivem intensamente a música, as artes plásticas, os monumentos históricos, a serra e o rio”.
Em termos de oferta, o PEMTA inventariou Produtos Estratégicos e Produtos Complementares. Os primeiros remetem para a História e Cultura e Natureza (serras e rios), sendo considerados os que têm maior grau de consolidação e maior capacidade de atração; os segundos (gastronomia e vinho verde e saúde e bem-estar e golfe) permitem atrair públicos mais segmentados, ajudando a diminuir a sazonalidade dos fluxos turísticos, como é o caso das Termas de Amarante.
Desenhado o produto turístico de Amarante, a estratégia de mercado aponta Portugal e Espanha como mercados consolidados, considerando-se Alemanha, Brasil, Estados Unidos da América, França e Holanda como mercados prioritários de aposta. Bélgica, Itália, Reino Unido e Suíça são tidos como mercados secundários. Em qualquer dos casos, mantém-se o posicionamento de Amarante como “o destino do Norte de Portugal a não perder”, afirmando-se como um must visit da região, por ser, entre outros fatores, “o berço de Amadeo de Souza-Cardoso” ou “o destino europeu da canoagem de águas bravas/slalom todo o ano”.
Comunicação reforça posicionamento e atrai imprensa e operadores
Quando, em 2022, o ciclo temporal do PEMTA estiver concluído, e a cumprirem-se as metas definidas pelo estudo, Amarante irá conseguir 151 mil dormidas/ano; registará uma taxa média de ocupação, por quarto, de 49%, e 39 euros RevPar: e a taxa de sazonalidade terá descido de 43 para 37%.
Embora não sejam ainda conhecidas estatísticas oficiais relativas a 2018 (que possam permitir definir tendências e fazer extrapolações), é, porém, de admitir que as previsões acima referidas venham a ser ultrapassadas no ano horizonte do PEMTA, em função da dinâmica que o Turismo regista atualmente em Amarante, para o que contribuiu o trabalho desenvolvido pelo Município na comunicação do destino, seja através dos canais tradicionais ou do canal digital, designadamente de “Amarante Tourism”; ou, ainda, associando o Município a produções de ficção televisiva, como é o caso da telenovela “Vidas Opostas”, que, durante um ano, mostrou imagens de Amarante e introduziu no seu guião muitos dos temas referidos no PEMTA; ou relevando opiniões e sugestões de influenciadores (bloggers, visitantes com notoriedade…). Mas, também, organizando fam trips (para operadores) e press trips para jornalistas de órgãos de comunicação social nacionais e estrangeiros, que são depois convidados a experienciar o produto turístico de Amarante.
E foi assim que, num ano, 34 jornalistas de várias países (Portugal, Dinamarca, Irlanda, Rússia, Turquia, Brasil) participaram em press trips no Município, relevando, posteriormente, o produto Amarante em múltiplos média.
Por outro lado, 44 operadores turísticos estrangeiros, provenientes do Canadá, Polónia, Turquia, China, Japão e Azerbeijão estiveram no Município a inteirar-se da sua oferta turística, com vista a integrar Amarante no seu portfólio de viagens.
Operadores locais crescem impulsionados pela procura
Se Amarante regista, hoje, um claro aumento de turistas e visitantes, o mercado local também tem sabido reagir ao crescimento da procura, seja qualificando a oferta ou, por exemplo, aumentando o número de camas. Isto tem acontecido ao nível do alojamento local (Amarante é o sexto Município em número de camas na região Norte), mas também em segmentos de luxo, como é o caso do Hotel Monverde, que já este verão, aumentará o número de quartos: de 29 para 45.
Quem visita Amarante pode também recorrer aos serviços de operadores locais privados, qualquer deles com menos de um ano de existência, mas com uma oferta desenhada quer para os produtos estratégicos, quer para os produtos complementares: referem-se o Stay to talk – Instituto de imersão Cultural, com atuação na área da História e Cultura; a Inside Experience, que proporciona experiências e atividades nas áreas da História e Cultura, Natureza, gastronomia e vinho verde; a North Adventure, focada na Natureza e disponibilizando atividades de montanha e rio, com destaque para caminhadas, experiências de rafting e passeios de kayak, tendo, em Amarante, os rios Olo e Tâmega como referência; e a Amarantrilhos, focada no uso da bicicleta para percursos citadinos, de pista ou de montanha, mas também com propostas mistas, que incluem BTT e rafting.
Saliente-se, por fim, o projeto “DNA – Digital Nomads Adventure”, em que Amarante está envolvida, e que foi premiado pelo Turismo de Portugal. Com aquele projeto visa-se criar um espaço rural amigável para um segmento de mercado em rápido crescimento a nível mundial: os “Nómadas Digitais”.
Os nómadas digitais são trabalhadores que estão em constante viagem pelo mundo, não (apenas) em lazer, mas em trabalho. Mais concretamente a efetuar trabalho remoto apoiado em ferramentas digitais, enquanto desfrutam dos prazeres e benefícios de conhecer novos locais. O perfil destas pessoas passa por não ter uma “morada fixa” e fazer do computador portátil o seu instrumento de trabalho, precisando apenas de um espaço confortável para trabalhar, com uma boa ligação à Internet.