MIMO Festival Amarante traz artistas de referência pela primeira vez a Portugal
Jards Macalé :: ALA.NI :: Anne Paceo :: Girma Bèyènè & Akalé Wubé
A cidade de Amarante volta a ser palco do MIMO Festival Amarante que se realiza de 21 a 23 de julho e conta com 52 atividades, entre música, cinema, programa educativo, fórum de ideias e poesia. Da programação fazem parte músicos de 10 nacionalidades (de Portugal, do Brasil, de França, da Etiópia, dos Camarões, de Cuba, dos EUA, de Inglaterra, de Cabo Verde e do Mali), alguns deles em estreia absoluta no nosso país, como é o caso do brasileiro Jards Macalé, da inglesa ALA.NI, da francesa Anne Paceo e do etíope e franceses Girma Bèyènè & Akalé Wubé.
JARDS MACALÉ
Dia 21 de julho | 20h30 | Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso
Com mais de 50 anos de carreira, o cantor e compositor carioca estreia-se em Portugal num momento de grande reconhecimento e visibilidade de sua obra. Autor de sucessos gravados por Maria Bethânia, Gal Costa, Elizeth Cardoso, Nara Leão, Luiz Melodia e O Rappa, Jards Macalé foi diretor musical do álbum “Transa” que Caetano Veloso editou no exílio em Londres, em 1972.
Considerado um cantor maldito, tal como Tom Zé, o músico brasileiro de 74 anos apresenta-se no MIMO com uma banda composta por músicos da nova geração para recordar canções marcantes como “Vapor barato”, “Negra melodia”, “Hotel das Estrelas”, “Mal secreto”, “Let’s play that”, “Farinha do desprezo” e “Movimento dos barcos”, entre outras.
Festival MIMO Cinema | Cinema Teixeira de Pascoaes
“Jards”, de Eryk Rocha (documentário) – 22 de julho | 17h30
“Tira os óculos e recolhe o homem” – 23 de julho | 17h30
Fórum de Ideias | Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso
Palestra “Eu não preciso de muito dinheiro!” – 23 de julho | 18h00
ALA.NI
Dia 23 de julho | 20h00 | Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso
Inspirada pelo jazz e os musicais americanos dos anos 30 e 40, por vozes como as de Billie Holiday e Judy Garland, a artista londrina, de origem caribenha, é considerada uma revelação no cenário musical europeu. Em digressão com o álbum de estreia, “You & I”, ALA.NI estreia-se em Portugal no MIMO Amarante, ao lado do guitarrista Marvin Dolly.
Depois de ter sido vocalista de Andrea Bocelli e Mary J. Blige, foi encorajada por Damon Albarn (Blur e Gorillaz) a lançar-se a solo. Em 2015 surpreendeu com os EPs “Spring”, “Summer”, “Autumn” e “Winter”, passando a ocupar espaço nobre em importantes publicações.
Com uma voz incrível e um sentido estético apurado, ALA.NI é uma artista completa, com experiência no mundo da dança e da moda. Em palco, tem uma presença arrebatadora. É romântica, amante da art déco e colecionadora de coisas antigas, veja-se o microfone que usa em palco, a fazer lembrar as cantoras de rádio antigas.
Programa Educativo | 22 de julho | 15h00 | Centro Cultural de Amarante
Workshop Música e Imagem – “Come to me – The cyanotype project”
ANNE PACEO
Dia 22 de julho | 20h30 | Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso
Em destaque na cena jazzística francesa, tem quatro álbuns aclamados pela crítica e venceu importantes prémios como o Django de Ouro de “novo talento”, em 2010; e dois Victoires du Jazz, o primeiro em 2011 na categoria “revelação do ano”, e o segundo, em 2016, como “artista de jazz do ano”. Na estreia em Portugal, Anne Paceo vai apresentar o mais recente “Circles” com a cantora Leïla Martial, o saxofonista Émile Parisien e o tecladista Tony Paeleman.
Conhecida pelo seu “groove orgânico, poético e inspirado”, descreve a crítica, Anne Paceo começou a tocar bateria com apenas 10 anos e aos 14 participou no festival “Les enfants de Barcelonnette”. Aos 19 já partilhava o palco com grandes nomes do Jazz e da world music e, durante os estudos no Conservatório de Paris, cruzou-se com o contrabaixista Charlie Haden, o baterista Billy Hart, a cantora Dianne Reeves e o saxofonista Kenny Garrett.
Cheia de talento e musicalidade, tem uma forma particular de se expressar. É incansável, já atuou em 40 países, e criou laços com músicos de várias áreas, do jazz à pop, da clássica à world music.
Programa Educativo |21 de julho | 15h00 | Centro Cultural de Amarante
Workshop “A bateria no Jazz da atualidade”
GIRMA BÈYÈNÈ & AKALÉ WUBÉ
Dia 22 de julho | 20h00 | Parque Ribeirinho
Titã do ethio-jazz, como definiu o Washington Post, o cantor e pianista Girma Bèyènè ressurge no panorama da música internacional ao lado do quinteto parisiense Akalé Wubé, com o álbum “Mistakes on purpose”, lançado em janeiro.
O artista veterano de Adis Abeba, que se consagrou também como compositor e arranjador na Era de Ouro da música etíope moderna, desde que surgiu na década de 60, foi um dos mais criativos e produtivos de sua geração. Afastado dos palcos desde o início dos anos 80, altura em que se exilou nos EUA após a queda de Haïlé Sélassié, Girma Bèyènè foi redescoberto pelo produtor francês Francis Falceto, fundador da maravilhosa coleção “Ethiopiques” – da qual também fazem parte Alemayehu Eshete, Asnaketch Worku, Mahmoud Ahmed, Mulatu Astatke e Tilahun Gessesse -, que o apresentou ao quinteto Akalé Wubé e, juntos, editaram “Mistakes on purpose”, um disco cheio de beleza e do swing do ethio-jazz.
Programa Educativo | 22 de julho | 11h00 | Centro Cultural de Amarante
Workshop “Ethio-jazz, a música da Etiópia”, por Akalé Wubé
Mas há mais, muito mais.
O norte-americano Herbie Hancock; o brasileiro Rodrigo Amarante; o inconfundível Manel Cruz; os tuaregues Tinariwen; a sedutora Céu; o brasileiro Hamilton de Holanda & O Baile do Almeidinha convidam a cabo-verdiana Mayra Andrade; os pernambucanos Nação Zumbi; o contrabaixista africano e os cubanos Richard Bona & Mandekan Cubano; o fadista Ricardo Ribeiro; os regressados Três Tristes Tigres; o pianista Filipe Raposo; e o Quarteto Arabesco que vai partilhar o palco com Pedro Jóia e Coro da Câmara de Lisboa.
Além da música, fazem parte integrante do cartaz o Festival MIMO de Cinema que estreia em Portugal “Chico Science – Um Caranguejo Elétrico”, de José Eduardo Miglioli, e conta ainda com “Vinicius de Moraes – Um Rapaz de Família” de Suzana Moraes, “Tim Maia” de Mauro Lima, “Mudar de Vida: José Mário Branco, Vida e Obra” de Nelson Guerreiro e Pedro Fidalgo, “I Love My Label – Discotexas” de António Sabino, Pedro Gonçalves e Igor Martins; o Programa Educativo com workshop de Anne Paceo, ALA.NI, Rafael dos Anjos, oficina de Walter Areia e uma masterclasse com Pedro Jóia; o Fórum de Ideias com palestras de Manel Cruz, Nação Zumbi, Ricardo Ribeiro e Jards Macalé; a Chuva de Poesia com textos de poetisas de todo mundo como a nossa Sophia de Mello Breyner Andresen, as brasileiras Ana Cristina César e Hilda Hilst, a russa Marina Tsvietáieva, a norte-americana Emily Dickinson, a grega Safo e a indiana Rupi Kaur; e um Roteiro Cultural Guiado que visita a história, a tradição e a natureza de Amarante.
Abertas à comunidade de músicos e ao público em geral, as atividades do Programa Educativo e do Fórum de Ideias requerem uma inscrição prévia dada a limitação dos espaços onde se realizam. Os interessados devem inscrever-se em mimofestival.com até 9 de julho.
De acesso gratuito, o MIMO Festival Amarante realiza-se de 21 a 23 de julho no Parque do Ribeirinho, Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, Igreja de São Gonçalo, Igreja de São Pedro, Centro Cultural de Amarante e Cinema Teixeira de Pascoaes.
Novidade este ano é o apoio da Santa Casa Misericórdia de Lisboa e a criação do programa “MIMO Sem Barreiras” que tem como objetivo facilitar a acessibilidade, a integração e a mobilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, durante o festival em Amarante.
Depois do sucesso da edição de 2016, que contou com a participação de 24 mil pessoas, o MIMO Festival está a trabalhar para melhorar a experiência de todos os que visitam Amarante nestes três dias.
O MIMO Festival tem como promotores a Turismo do Porto e Norte de Portugal, Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa e Câmara Municipal de Amarante e conta com o patrocínio da Santa Casa Misericórdia de Lisboa. A Fundação Millennium BCP é mecenas do Programa Educativo.