Prémio Amadeo de Souza-Cardoso distingue Ana Jotta com o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso
Além do Grande Prémio, serão atribuídos o Prémio Amadeo de Souza-Cardoso e o Prémio de Aquisição do Grupo dos Amigos da Biblioteca-Museu. As inscrições realizam-se entre 3 de abril e 31 de maio.
O Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso vai ser entregue a Ana Jotta na 13ª edição do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, dia 21 de outubro.
Natural de Lisboa, Ana Jotta estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e na École Nationale Supérieure des Arts Visuels de La Cambre, em Bruxelas. Iniciou o percurso artístico como atriz e cenógrafa (1976-79) com “Produções Teatrais” (Teatro Universitário, Lisboa), mas a sua atividade acabou por se centrar nas artes visuais, sobretudo desde meados dos anos 80, tendo participado em exposições em Madrid, Bruxelas, Joanesburgo, Barcelona, entre outras cidades. Em 2005, fez uma retrospectiva no Museu de Serralves, destacando-se ainda as mostras individuais “A Conclusão da Precedente”, na Culturgest, em 2015, e “Bónus”, em 2017, numa extensão temporária do Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa. Em 2013 venceu o Grande Prémio Fundação EDP Arte e em 2014 foi distinguida com o Prémio Associação Internacional de Críticos de Arte, na área das artes visuais. Em fevereiro passado, o Museu Rainha Sofia comprou, na ARCOmadrid, duas obras da série “September Song” da artista portuguesa.
Avessa a rótulos, a estilos e a modas, Ana Jotta foi eleita para suceder a Eduardo Batarda, vencedor do Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso em 2019. Trata-se de um prémio aquisição, no valor de 30 mil euros, que confere a integração de uma obra de arte da artista na coleção do Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso. A exposição da obra de Ana Jotta no MMASC inaugura a 21 de outubro e estará patente até 3 de março de 2024.
O júri, presidido por Raquel Henriques da Silva (Historiadora de Arte e Professora Catedrática Jubilada), e composto por Laura Castro (doutorada em Arte e Design), Lígia Afonso (Investigadora do Instituto de História da Arte, doutorada em História da Arte), Samuel Silva (Artista Plástico e Professor), e Rosário Correia Machado (Diretora do Departamento da Cultura da Câmara de Amarante) referem, em ata: “O Júri deliberou, por unanimidade, nomear Ana Jotta (1946) como vencedora do Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso pelo carácter radicalmente inventivo e profundamente singular do conjunto da sua obra no contexto da produção artística contemporânea. Autónomo, libertário, incoerente, avesso, inesperado, pessoal, em permanente rutura com os lugares-comuns e consigo mesmo, o trabalho de Ana é sempre tão jovem quanto os jovens artistas cuja obra inspira.”
Recorde-se que o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso já foi entregue a Fernando Lanhas (1997), Fernando Azevedo (1999), Costa Pinheiro (2001), Júlio Pomar (2003), Nikias Skapinakis (2005), Ângelo de Sousa (2007), João Vieira (2009), António Sena (2011), Paula Rego (2013), Alberto Carneiro (2015), Jorge Pinheiro (2017) e Eduardo Batarda (2019).
Além do Grande Prémio, serão atribuídos o Prémio Amadeo de Souza-Cardoso e o Prémio de Aquisição do Grupo dos Amigos da Biblioteca-Museu. As inscrições realizam-se entre 3 de abril e 31 de maio.
O regulamento pode ser consultado online, no site do MMASC (e em baixo). Para esta edição destacam-se as seguintes alterações: os artistas selecionados recebem 400 euros e têm prioridade nas candidaturas à Residência Artística em Amarante, por um período de um a três meses em 2024; além dos 12.500 euros previstos para o artista premiado com o Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, este será convidado a realizar uma exposição temporária individual, com catálogo próprio, no MMASC; além dos 7.500 euros previstos para o artista premiado com o Prémio do Grupo dos Amigos da Biblioteca-Museu, este poderá realizar uma Residência Artística em Amarante, no ano seguinte, de acordo com o regulamento da Casa da Torre (Residência Artística de Amarante).